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O comércio varejista é extremamente sensível aos impactos de uma recessão econômica: de um lado, todo o peso dos erros e incertezas da cadeia produtiva; do outro, o alto endividamento e consequente queda no consumo das famílias atinge em cheio as vendas. Para se destacar no mercado varejista e superar as dificuldades econômicas, é necessário dominar a logística de varejo.

De acordo com uma pesquisa anual do Programa de Administração de Varejo (PROVAR) em parceria com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), o volume de perdas no varejo brasileiro foi de 2,25% em 2015. As perdas se concentram, em sua maioria, nas pequenas e médias empresas, que sustentam um indicador médio de 3,91% em relação às perdas.

As quebras operacionais, cujo impacto nos negócios varia de acordo com o setor, são provocadas por diversos motivos: os principais são produtos com validade vencida, danificados por colaboradores e danificados por clientes. No caso do setor de supermercados, que abrange o maior número de lojas pesquisadas pelo PROVAR, as quebras operacionais respondem por 36% do total de perdas.

Portanto, ter uma agenda logística abrangente e estratégica é fundamental para que uma empresa de varejo possa reduzir o índice de perdas e ganhar competitividade no mercado. Conheça os aspectos da logística de varejo que devem ser observados com atenção, caso você queira criar uma empresa competitiva e superar a crise em definitivo.

Sem planejamento logístico, o custo aumenta

A logística é uma atividade estratégica, tanto para o setor industrial quanto para o comércio varejista. Isso se dá pelo fato de as atividades logísticas contemplarem do transporte e armazenamento da matéria-prima ao posicionamento da mercadoria nas prateleiras. Sem uma logística eficiente, os varejistas ficam vulneráveis a quebras operacionais, desabastecimento em períodos críticos, altos índices de ruptura e indisponibilidade e maior índice de perdas.

Uma empresa que quer crescer precisa, necessariamente, manter constante controle sobre os processos logísticos internos e de fornecedores. As estratégias de entrega empregadas pela indústria afetam a forma como o cliente final receberá a mercadoria, ou seja, como o varejista entregará o produto ao seu comprador.

Estratégias disfuncionais tendem a aumentar o custo do negócio, exigindo a criação de grandes estoques e aumentando o preço da mercadoria para o consumidor final. Essa prática pode tornar o crescimento de uma empresa inviável. Por isso é tão importante gerir o trânsito dos produtos, evitando que a logística deixe de ser uma base funcional do negócio e se torne um gasto insustentável.

A logística requer também um bom relacionamento com os fornecedores — que, dependendo do segmento de atuação da empresa, podem ser indústrias de beneficiamento, extrativistas, produtores agropecuários ou lojas de atacado. Uma boa comunicação e o estabelecimento de regras contratuais sólidas ajudam a prevenir problemas logísticos por responsabilidade de terceiros — lembre-se que o cliente não quer saber de quem é a culpa, mas ter uma oferta para a sua demanda.

Empresas que trabalham com fornecedores de outros estados ou países precisam ter atenção redobrada com as questões fiscais e aduaneiras. Não são incomuns casos em que mercadorias são barradas e retidas nas fronteiras por alguma irregularidade ou por conta de uma nova norma do Confaz. Muitas vezes, as entregas ficam represadas por dias ou semanas, obrigando o empresário a arcar com o custo do problema.

O funcionamento da logística de varejo

Todo comércio varejista precisa abastecer suas mercadorias o mais rápido possível ou até mesmo de forma imediata. Por esse motivo, muitas companhias se unem para conseguir estruturar uma boa cadeia de abastecimento para seus empreendimentos.

Tal estrutura, criada para suprir as necessidades do mercado varejista, ajuda o varejo a operar, funcionando como um ponto de contato entre fornecedor e estabelecimento, de modo a saber onde e quando os itens chegarão, para que se possa realizar uma gestão de estoque otimizada. Isso evita problemas relacionados à falta de produto nos estabelecimentos de comércio varejista, bem como a necessidade de estoques.

Ao mesmo tempo, por se tratarem de produtos que são comercializados em pequenas quantidades, é interessante investir em um sistema de segurança no transporte, com pesquisas sobre as ruas e estradas, a fim de obter informações para uma gestão de itinerários precisa. Essa é a garantia para um transporte mais seguro dos produtos para os estabelecimentos.

A cadeia de transporte

A cadeia de transporte no comércio de varejo é conhecida por ser ágil e ter um controle maior na produção, podendo ser considerada uma grande solução de problemas para os empreendedores da área. Contudo, para que tal suporte se realize plenamente, a organização deve sempre ter os processos especificados, para que haja um controle total da produção que será vendida como mercadoria nas lojas varejistas.

Dessa forma, anotar as vendas em planilhas ou softwares especializados é uma boa pedida para calcular o fluxo de saída da mercadoria e a necessidade de reposição. Isso faz com que os pedidos de compra possam ser emitidos antes de os produtos ficarem esgotados, salvando o varejista de perder alguma venda.

A tecnologia como aliada da logística de varejo

Na logística de varejo, é necessário que a tecnologia funcione como aliada dos processos de organização e gestão. Por essa razão, é fundamental que haja investimento em um sistema de gestão de alto nível, capaz de contribuir com processos como os referentes a:

  • controle de entradas e saídas;
  • gestão de estoque;
  • gestão da entrada e saída de produtos;
  • cadastramento de clientes e opções de pagamento.

O Citus é um exemplo de software que abarca essas funções. Nesse caso, é importante analisar as opções no mercado e selecionar aquela que mais se adéque à sua empresa, sempre lembrando de comparar funções e custos de cada solução.

A chave para o sucesso dos processos logísticos é a comunicação entre os setores. Um sistema integrado de gestão (ERP) facilita o contato entre departamentos e evita conflitos de informações que podem gerar problemas logísticos com impacto financeiro para o negócio.

Por exemplo, o setor responsável pelas vendas pode indicar se algum produto está em falta ou se está sobrando nas prateleiras para que o pessoal do estoque faça a reposição e o setor de compras providencie novas aquisições. Com o uso de um software ERP, as etapas dos processos passam a ser integradas, tornando a comunicação entre setores clara e eficiente.

Novas tecnologias — que incluem a capacidade de processamento de grandes volumes de dados (Big Data) e a automação de processos organizacionais — devem ganhar cada vez mais o cotidiano das empresas, aumentando a produtividade e contribuindo para a redução de perdas.

Gestão de estoque na logística de varejo

A gestão de estoque, que inclui processos como armazenamento, endereçamento logístico, inventário e transporte entre unidades, é a etapa da logística que está totalmente sujeita à influência do varejista.

Também é uma fase crítica para o sucesso das vendas, uma vez que a disponibilidade de produtos e a agilidade na reposição são determinantes para a circulação de mercadorias e atendimento das necessidades do consumidor.

Um gerenciamento falho do estoque — processos mal desenhados, maquinário e softwares obsoletos e pessoal incapacitado — redundam na falta de produtos nas prateleiras, o que gera uma má impressão no cliente. A gestão eficaz, por sua vez, não é percebida pelos consumidores, mas é fundamental para o sucesso do negócio.

De acordo com um estudo das consultorias NeoGrid e Nielsen, o índice de ruptura — que aponta a falta de produtos nas lojas em relação ao total da cesta de produtos — foi de 9,36% em 2016. Apenas em agosto de 2017, o índice atingiu 10,22%, embora ligeiramente inferior ao registrado no mesmo mês do ano anterior, quando o indicador marcou 11,7%.

Parte desse índice se deve à instabilidade econômica, devido ao descompasso entre previsão de demanda e volume de pedidos. No entanto, é possível alinhar processos e adotar tecnologias que auxiliem no gerenciamento do estoque. Há opções de softwares que usam algoritmos para realizarem previsão de demandas, além de agilizar os processos de gestão.

Treinamento de funcionários

Um dos principais motivos para as quebras operacionais, como já foi dito, são os erros no manuseio de produtos por funcionários. Erros de inventário e outros equívocos de ordem administrativa engrossam o caldo das perdas nas empresas de varejo.

Portanto, é necessário providenciar treinamentos específicos em prevenção de perdas para os colaboradores, especialmente para o pessoal envolvido nos processos de logística e estoque.

De acordo com o estudo do PROVAR, considerando apenas o setor de supermercados, cerca de 77% das lojas afirmaram oferecer treinamentos em prevenção de perdas para os funcionários.

Outras medidas junto aos empregados e gerentes incluem: definição de metas de perdas, controles e planos de ação; criação de um código de ética e conduta moral; bonificação para quem tem bom desempenho e custeio de cursos externos.

A logística de varejo é o elo fundamental entre varejistas, atacadistas e produtores. Sem uma boa gestão logística, as empresas envolvidas na cadeia produtiva — principalmente o próprio varejo, que mantém contato direto com os consumidores finais — podem ver a competitividade ir para o ralo devido ao alto volume de perdas. Processos de gestão bem desenhados, uso de tecnologia e capacitação dos colaboradores são indispensáveis para uma boa logística de varejo.

Quer entender melhor como um sistema de gestão integrada simples e confiável pode melhorar os processos logísticos da sua empresa, aumentando a competitividade e ajudando a atrair mais clientes? Entre em contato conosco!